terça-feira, 18 de dezembro de 2007
domingo, 9 de dezembro de 2007
Felicidade sepultada
Quero abrir minhas entranhas,
te desentranhar daqui de dentro,
arrancar a dor e o veneno
que se espalham em mim...
Tristeza que não tem mais fim,
consome cada pedacinho da alma,
fadiga, desgasta meus ossos,
envelhece o corpo e o espírito...
Há morte dentro de mim,
há dor e sofrimento sem fim,
a vida está fracassada
e a felicidade está sepultada.
José Infante Néto
Lágrimas por ti
Quando as lágrimas chegam
e as forças não podem contê-las,
eu não consigo escondê-las,
copiosamente rolam,
esbaldando-se em vertiginosa descida,
se divertem do meu sofrer,
arrancando da alma,
do âmago de meu ser,
um pedaço de vida...
Lágrimas vorazes,
de dores deveras tenazes,
sulcam meu coração,
sangram a razão,
e a alma transborda pelos olhos
açoitada por estes punhos,
essa força que desfaz toda certeza,
esse algoz chamado tristeza...
José Infante Néto
e as forças não podem contê-las,
eu não consigo escondê-las,
copiosamente rolam,
esbaldando-se em vertiginosa descida,
se divertem do meu sofrer,
arrancando da alma,
do âmago de meu ser,
um pedaço de vida...
Lágrimas vorazes,
de dores deveras tenazes,
sulcam meu coração,
sangram a razão,
e a alma transborda pelos olhos
açoitada por estes punhos,
essa força que desfaz toda certeza,
esse algoz chamado tristeza...
José Infante Néto
Saudade
Hoje que a mágoa me apunhala o seio,
E o coração me rasga atroz, imensa,
Eu a bendigo da descrença, em meio,
Porque eu hoje só vivo da descrença.
À noite quando em funda soledade
Minh’alma se recolhe tristemente,
P’ra iluminar-me a alma descontente,
Se acende o círio triste da Saudade.
E assim afeito às mágoas e ao tormento,
E à dor e ao sofrimento eterno afeito,
Para dar vida à dor e ao sofrimento,
Guardo a lembrança que me sangra o peito,
Mas que no entanto me alimenta a vida.
Augusto dos Anjos
A dança da psiquê
A dança dos encéfalos acesos
Começa. A carne é fogo. A alma arde. A espaços
As cabeças, as mãos, os pés e os braços
Tombara, cedendo à ação de ignotos pesos!
É então que a vaga dos instintos presos
— Mãe de esterilidades e cansaços —
Atira os pensamentos mais devassos
Contra os ossos cranianos indefesos.
Subitamente a cerebral coréa
Pára. O cosmos sintético da Idéa
Surge. Emoções extraordinárias sinto...
Arranco do meu crânio as nebulosas.
E acho um feixe de forças prodigiosas
Sustentando dois monstros: a alma e o instinto!
Augusto dos Anjos
Começa. A carne é fogo. A alma arde. A espaços
As cabeças, as mãos, os pés e os braços
Tombara, cedendo à ação de ignotos pesos!
É então que a vaga dos instintos presos
— Mãe de esterilidades e cansaços —
Atira os pensamentos mais devassos
Contra os ossos cranianos indefesos.
Subitamente a cerebral coréa
Pára. O cosmos sintético da Idéa
Surge. Emoções extraordinárias sinto...
Arranco do meu crânio as nebulosas.
E acho um feixe de forças prodigiosas
Sustentando dois monstros: a alma e o instinto!
Augusto dos Anjos
INCERTEZA
Hoje me deu uma tristeza,
uma incerteza,
uma coisa sem que
nem porque,
algo sem razão,
nem mesmo explicação...
Acordei cedo,
com medo,
o dia inteiro passou
e nada mudou...
Já é madrugada
e não houve nada!
Eis que vem a alvorada,
com sua luz vem banindo,
querendo devolver ao limbo
cada alma penada,
cada paixão ceifada,
que hoje quis me atormentar
e que amanhã irá voltar...
José Infante Néto
Hoje me deu uma tristeza,
uma incerteza,
uma coisa sem que
nem porque,
algo sem razão,
nem mesmo explicação...
Acordei cedo,
com medo,
o dia inteiro passou
e nada mudou...
Já é madrugada
e não houve nada!
Eis que vem a alvorada,
com sua luz vem banindo,
querendo devolver ao limbo
cada alma penada,
cada paixão ceifada,
que hoje quis me atormentar
e que amanhã irá voltar...
José Infante Néto
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